Uma pesquisa inovadora conduzida pela professora Tatiana Sampaio e pela doutoranda Carolina Chize, do Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção (PPGAP/UFRJ), devolveu movimentos a cães com paralisia por meio de um tratamento com uma proteína desenvolvida no Brasil. O estudo, derivado de uma tese de doutorado, utiliza a polilaminina, uma proteína natural presente em todos os animais que funciona como um indicador para orientar a ação das células.
Um dos casos emblemáticos é o do cão Teodoro, da zona oeste do Rio de Janeiro, que havia perdido os movimentos das patas traseiras devido a uma lesão na medula espinhal. Ele foi um dos seis cães que participaram de um teste clínico inédito no Brasil, recebendo injeções de polilaminina diretamente na coluna vertebral. Ao longo de seis meses de acompanhamento, quatro animais, incluindo Teodoro, apresentaram melhora significativa na capacidade motora.
Segundo a professora Tatiana Sampaio, a polilaminina “fica do lado de fora das células, sinalizando para que elas saibam o que fazer”, funcionando como uma espécie de mapa de regeneração celular. No laboratório, a proteína é extraída de placentas e modificada para formar uma malha capaz de estimular a regeneração das conexões nervosas, permitindo que os axônios lesionados voltem a conduzir sinais nervosos.
O estudo foi publicado em uma das principais revistas científicas veterinárias do mundo e marca um avanço significativo na pesquisa sobre lesões na medula espinhal. Desenvolvido desde o início dos anos 2000, o projeto agora aguarda autorização da Anvisa para iniciar testes clínicos em humanos, com a expectativa de que, futuramente, uma simples injeção possa restaurar movimentos em pacientes com paralisia.
Para Admílson Santos, tutor de Teodoro, os resultados superaram as expectativas: “O Teodoro está reagindo, está superando as expectativas e acredito que muito em breve ele vai conseguir andar sem nenhum tipo de aparelho”, afirmou.
Fonte: Fantastico

